20 outubro 2012

Minha experiência sobre Amamentação




Quando engravidei do Lucca, não tenho vergonha nenhuma de dizer, eu era completamente ignorante nos assuntos parto e amamentação. Acreditava piamente que todos os bebês nasciam de cesariana e que todos eles tomavam mamadeira. Eu achava isso completamente normal. 
Naquela época começamos a escrever este bloguinho e tudo começou a ficar bem mais claro em minha mente. Entendi que o pensamento que eu tinha, era aquele imposto pela sociedade em que eu vivia  e que eu poderia começar mudar isso a qualquer momento.
Mas, todos sabem, mudar não é nada fácil e nem rápido. E mesmo decidida a mudar, cheguei da viagem onde fiz o enxoval do Lucca com diversas mamadeiras na mala, as quais a grande maioria delas nem usei.
Quando o Lucca chegou do berçário e eu do Centro Cirúrgico, ele já chegou sugando. Aliás, ele já nasceu sugando...rs. A enfermeira então me posicionou de lado e o colocou em meu seio. Ele fez todo o trabalho. O leite desceu em menos de 24 horas e todos fomos felizes para sempre. Hã? Não, não. Muitas outras coisas aconteceram e algumas delas não foram nada legais. 
Vou colocar neste post a minha experiência sobre o assunto, o que eu aprendi e o que eu experimentei. Acho isso muito importante, principalmente para que as futuras mamães que tiverem acesso a esse texto estejam um pouco mais preparadas para se doar nesse momento tão lindo e tão importante.
Vale começar dizendo que a coisa mais importante que aprendi é que amamentar é maravilhoso. É um momento especial, em que a mãe é quase insubstituível. E conforme o tempo passa, só fica mais legal. O ápice é quando você dá mamá para seu bebê e ele te retribui com olhares e sorrisos. Ou quando você sai do Pediatra com as ótimas notícias de que seu bebê é saudável e que está ganhando peso. Isso faz qualquer coisa valer a pena. 
Mas, vamos lá:
- se você deseja mesmo amamentar seu bebê, importante demais é  se informar sobre qual a posição a respeito de amamentação que tem o berçário do hospital onde você vai parir. Algumas enfermeiras de certos hospitais, se aproveitam do momento sensível e vulnerável da mãe para oferecer o NAN no copinho "até a mãe se recuperar". Elas usam frases de efeito como: "Ele está chorando de fome, você vai deixar?". E muitas vezes a mãe cede e tudo começa a desandar. Não sei o motivo delas agirem assim. Talvez lutem por um berçário mais silencioso... Então, já sabem: Digam não ao NAN no copinho!
- é importantíssimo o neném sugar o peito da mãe assim que nasce, o mais rápido possível. A verdade é que quanto mais fominha ele estiver sentindo, mais vai chupar e vai auxiliar na descida do leite. Talvez demore dois, três dias. Mas, durante esse tempo ele vai estar sendo alimentado pelo colostro, a "nata" da amamentação. Essa fase é uma das mais difíceis e cansativas. As perguntas e as dúvidas tomam conta da nossa cabeça.
- ainda no hospital o Lucca mamava muito bem e dormia gostoso, porque meu leite desceu bem rápido. Ele mesmo estabeleceu seu horário e em poucos dias mamava de três em três horas. E assim foi até seus oito, nove meses. Com a Sofia foi diferente. Ela foi direto para o seio quando nasceu e sugava direitinho mas o leite demorou mais pra descer, cerca de dois dias. Ela chorou bastante e, até completar um mês, mamava de picadinho e consequentemente, dormia de picadinho. Lembre-se: o sono, na maioria das vezes, está diretamente ligado à fome. 
- quando o leite desceu, os problemas dos meus filhos terminaram mas os meus estavam apenas começando... Tinha muito, mas muito leite. Na verdade, isso é absolutamente normal porque no início o corpo não sabe ainda o quanto o bebê vai precisar mamar para sobreviver. Então ele fabrica muito e com o tempo vai equilibrando. Só que, nas duas vezes que amamentei, a primeira semana foi punk. Meus peitos ficaram gigantescos e eu tinha que tirar o leite pra conseguir continuar viva. Daí você cai num paradoxo: quanto mais tira, mais vem porque o corpo pensa que o bebe está mamando. Então, atenção: compressas e água fria ajudam a diminuir a fabricação do leite. Ocitocina espirrada no nariz ajuda a ejetar o leite (é legal para quem não tem bomba elétrica). Compressa quente e banho quente ajudam a descer mais leite. Agora, o que mais me ajudou, além de tudo isso, foi fazer algo estranho mas que "solta" todo o leite quando ele parece empedrado: chacoalhar os seios, para cima, para baixo, para um lado e para o outro. Gente! Isso é fantástico. Dá um baita alívio. Quem me ensinou foi a Adriana, minha doula querida.
- ter orientação profissional imediata é muito importante. Ter uma doula, um pediatra capacitado em aleitamento materno, entrar em contato com as enfermeiras do Anjos do Leite ou do banco de leite de sua cidade, ou qualquer coisa parecida, ajuda demais nesse momento em que as perguntam chovem e as respostas precisam ser quase imediatas.
- bom, daí quando tudo começou a se normalizar, meus bicos começaram a pedir arrego. Principalmente na amamentação da Sofia. Na do Lucca não me lembro de ter doído tanto. Talvez a pega dele fosse melhor, ou preparei melhor os bicos durante a gravidez. Sei lá. Eu sei que dei mamá pra ela chorando de dor muitas vezes. Mesmo assim, apesar de intensa era uma dor que não me deixava sequer pensar em desistir. Passava Lansinoh, quase encostava o bico na lâmpada do abajur para secar o ferimento, chorava, doía e nada adiantava. Até que a Adriana, doula, me visitou novamente e acertou a pega da Sofia. Foi incrível. Mesmo com o bico machucado, não doía mais n-a-d-a. Aí, em poucos dias, tudo cicatrizou.
- passado esse início conturbado, tirando as dúvidas corriqueiras: será que produzo leite o bastante? será que ele não tem fome? será que ele não tem sede? será que está pegando peso? e etc., as coisas começam a entrar nos eixos. Daí vem os picos de crescimento quando o bebê mama desesperadamente o tempo todo e você acha que seu leite acabou pois o peito esta murcho e o neném vem sentindo muita fome. Calma! Nessa fase a produção de leite já se estabilizou e o seio simplesmente "fabrica" leite e não mais "estoca". Ou seja: sempre que o bebê pegar o peito, ele produzirá. Mas, faça a sua parte: descanse, tome muita água e, se necessário, peça ao médico um polivitamínico próprio para mulheres que estejam amamentando.
- vencida mais essa etapa, começa o dilema da introdução de alimentos, a partir dos quatro meses. Muito dizem que não, muitos dizem que sim. A OMS indica amamentação exclusiva até os seis meses. Eu fiz isso com o Lucca e pretendo fazer com a Sofia. Isso, apesar de o Pediatra deles no terceiro mês já ter me passado orientações para introdução de sucos e frutas no mês seguinte. Enrolo ele, não bato de frente, porque o adoro demais e tenho minhas convicções mas, nem por isso não pretendo fazê-lo mudar de idéia. Os filhos são meus. Ele opina. Eu decido.
- daí vem a volta ao trabalho com o fim da licença maternidade, a proposta da amamentação prolongada, a saudade do seio exclusivo para o sexo, e mais um milhão de coisas que cada um vai pesquisando, perguntando e achando a melhor forma para resolver, já que são questões muito íntimas.
- uma coisa que acho muito bacana de dizer é que um ótimo investimento é uma bomba elétrica. Nos primeiros meses, quando temos muito leite, é bem legal fazer estoque no freezer. Existem saquinhos apropriados para isso. O leite dura três meses congelado. E quanto mais tira, mais vem. É uma forma de você se garantir quando tiver que voltar ao trabalho, ou mesmo pra poder sair, dar um passeio com o maridão, sem a obrigação de voltar dali duas ou três horas.
- um  último conselho: paciência com as pessoas que querem encher sua cabeça de dúvidas, com as que olham torto quando você amamenta em público e com as que não respeitam sua privacidade quando você se retira para amamentar. Elas não sabem o que fazem...
Diante de tanta coisa, tantas palavras, experiências e opiniões, o que a mulher não deve nunca esquecer é que amamentar é um ato natural e quanto menos neuras e mais ajuda especializada tiver, melhor. Confie em você e, como dizem as entendidas no assunto por aí "empodere-se", acredite, busque e seja forte. Depois que tudo passa, você vai ver que valeu a pena.

4 comentários:

Anônimo disse...

Giovana, adoro ler seus posts! Sou mamãe de um príncipe de cinco meses e me inspiro muito nos seus relatos simples, objetivos e cheios de energia! Felicidades!
Valéria.

Valquíria disse...

Gi, amei o post, obrigada por nos ajudar! Quanto mais informações melhor...beijos
Val e Gui

Erika disse...

Gi, adorei suas dicas, li no dia certo, obrigada!!!

Suellen Mayer disse...

Ai amiga estou adorando seu cantinho... estou dando uma "ré" aki pois gosto de ficar por dentro de tudo... rsss muito linda sua bebê, caso eu tiver filha menina vai ser SoPHIa com PH rsss acho lindo esse nome e deixo aki tbm meu convite para conhecer meu cantinho http://aloucadaminhamae.blogspot.com.br/ | https://www.facebook.com/pages/A-Louca-da-Minha-M%C3%A3e/338157362962170?ref=hl

Bjim e até mais espero vc lá...

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