11 dezembro 2011

Um Parenteses: Medo e Solidão

                                      
Nos últimos meses, venho percebendo que o meu lado mãe anda dividindo num duro páreo, um pequeno espaço com meu lado mulher, meu lado indivíduo, ser vivo, gente.
Como mãe, me sinto inteira, completa. Então a coisa se aquieta. Mas como alguém sinto que ainda falta tanto pra chegar lá. Tenho sentido um grande medo e uma grande solidão. Me apego em minhas crenças, em meus amores e peço pra que tudo passe bem rápido. E muitas vezes passa. Mas, numa noite em que todos dormem mais cedo e que fico sozinha com meus pensamentos, questiono tantas coisas e sinto falta de muitas outras.
Vivo me perguntando como cheguei até aqui, do jeito que as coisas são e estão. Eu que fiz tudo ficar assim ou elas se desenvolveram dessa forma com o tempo, independente dos meus atos e vontades.
Mudei muito. Lembro-me que, na minha época de escola, as meninas tinham Cadernos de Recordações, onde os melhores amigos eram convidados a escrever uma mensagem que ficaria ali gravada para sempre. Engraçado que me vem sempre à cabeça uma mania que a gente tinha de escrever "não mude nunca", "nunca deixe que o mundo mude você". Pois bem. Não segui à risca os conselhos que recebi. Ou eu mudei ou o mundo me mudou, não sei. Mas, alguma coisa aconteceu. 
E por conta disso, vivo sentido saudades de algo que não sei ao certo o que é. Uma tristeza presa no meu peito. Sinto uma imensa falta de um pedaço que não sei por onde ficou durante toda essa caminhada. Queria poder voltar atrás e encontrá-lo, recuperá-lo. Mas, não dá. 
Então eu sofro. Sinto medo e solidão. Medo de perder mais alguma coisa. Solidão porque somente eu posso entender tudo isso.

6 comentários:

Rafaella disse...

Confuso rs...
A mudança tem que acontecer, o que seria se não mudassemos???
Não teriamos filhos, ou teriamos um monte??? e outras tantas perguntas...
Mias essas perguntas sempre vem a minha cabeça tbm...
Bjs

Dea, a mamae da Nina disse...

Eu estou fazendo analise pq beirei a deporessao apos 2 anos de entrega completa a minha filha, nao me arrependo jamais, mas fiquei acabei me esquecendo de mim, sei bem o q diz.
Bjs e amei este post

Anônimo disse...

É, Gi, às vezes a gente acha que "tem de tudo" e acabamos nos esquecendo no nosso "eu"... me sinto exatamente assim depois de 3 anos e 9 meses que tive minha filha ...... comecei a acompanhar este lindo blog quando ela nasceu... me sentia exatamente como vc se sentiu quando ganhou o Lucca, que é pouca coisa mais velho que a Bibi..... Hoje estou tão perdida.... tão "mãe" e tão pouco mulher....... estou até pensando em me separar, pois, diferente do seu marido, o meu só me vê como mãe e só se preocupa com ele...... não sei o que fazer..... estou tão de "saco cheio" dessa vida... não de mãe, pq essa me completa, minha filha é linda, mas meu marido, se eu não o procurar, ele tb nem me nota.....
Pat - pra_ti@yahoo.com

Ingrid Faria disse...

É amiga, não é fácil... são muitas perguntas, e só nós mesmas conseguimos descobrir as respostas.

Beijos

Valquíria disse...

Gi, os hormonios da gravidez faz com que a mulher fiquei mais sensivel mesmo, é normal, ai junta uma coisinha aqui com outra ali e dá essas tristezinhas, o bom é que assim como aparecem somem muito depressa.Beijos e fique bem!
Val e Gui

Pati disse...

não podia deixar de comentar esse post! me si.to como vc, vai verque é a crise dos 35 anos... rs foi legal ver que não estou sozinha nessesentimento tão perturbador e que assombra as vezes meus dias, as vezes minhas noites e até de madrugada. pode contar semprecomigo ta? bjos

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