A Decepção com o Presente de Dia dos Pais

Ontem eu e o papai fomos buscar o Lucca na escola. Ele saiu muito feliz e entusiasmado pois, dentro de sua mochila estava seu presente de Dia dos Pais.

Como o ser homenageado ainda precisava voltar ao trabalho, combinamos de o Lucca lhe entregar o presente quando o pai chegasse em casa, à noite.

Por volta das sete da noite, alguém toca a campainha. O garoto passa a mão no presente e corre para a porta. Era a Vó Beth. Alarme falso...

Daí, eram quase oito e meia e o menino já não se aguentava mais de ansiedade, quando a campainha tocou de novo. Dessa vez era o papai e lá estava ele, com o presente nas mãos, todo feliz, plantado em frente à porta.

Entregou o embrulho que, imediatamente, informava que se tratava de um porta-retrato, pelo formato e pelo conteúdo embalagem: uma foto muito bonita do nosso pequeno.

Quando o pai começou a abrir, notamos a ansiedade do Lucca em saber o que era e, no mesmo instante, em pensamento, condenei a escola por isso. Será que ele nem sabe o que é?, pensei. Poxa...nessas datas, a gente não espera deles um presente, no sentido comercial da coisa. Espera, sim, algo que seja feito por eles, que eles participem da idéia do que dar, sei lá. Acho que o prazer deles está nisso - e que é a verdadeira essência de se presentear alguém. Depois, vou perguntar pra Tia se eles sabiam o que iam dar para o papai ou se apenas tiraram a foto e pronto. 

Bom, mas voltando ao presente, o pai tentou abrir mas, como estava demorando muito, o Lucca pegou o embrulho de suas mãos e pediu: Deixa que eu abro pa voxê, pai! Ele retirou a embalagem, e pegou em suas mãos uma caixinha retangular e fina. Olhou com cara de interrogação e abriu a caixa. Tirou de dentro um porta-retrato de vidro, bonito, com uma cópia daquela foto usada na embalagem, linda, por sinal, tirada por uma fotógrafa contratada pela escola, pelo que vi ali.

Em seguida, com uma cara muito estranha, entregou o porta-retrato para o pai e perguntou: Mas é só isso? E repetiu essa frase diversas vezes, demonstrando sua surpresa e seu inconformismo com aquilo. Abriu a caixinha novamente, olhou dentro e não gostou. Ficou decepcionado e foi para o quarto.

O pai o seguiu dizendo que havia adorado e que iria colocar sobre sua mesa, no escritório, mas não adiantou. Eu o peguei para conversar e ele finalmente, aos gritos, confessou: Não era pra dar isso. Eu queria dar uma calça e um carro pro meu pai. E chorou. E eu perguntei assustada, num tom de "tô ferrada": Mas, um carro de verdade? E ele solta seu mais típico: Lógiquinão, mãe! E emenda: Um carrinho mesmo. E uma calça.

Bom, tudo acabou com a promessa de que hoje a tarde, véspera de Dia dos Pais, eu que, pela primeira vez na minha vida já tinha comprado o presente com antecedência - e, vale lembrar, junto com o Lucca (e não é uma calça nem um carrinho), vou me enfiar num shopping para comprarmos o presente do papai. Pelo menos, não vou pegar filas ou lojas cheias. Afinal, as lojas de brinquedos não vão estar cheias...hehe!