Devidamente preparada, segui com o meu médico para o Centro Obstétrico. Ele me deixou lá com o Obstetra de plantão e com o Anestesista e foi se preparar. As Enfermeiras e Assistentes conversavam sobre seus horários de saída e sobre a lâmpada que havia queimado na outra sala. Aquilo geralmente me deixaria nervosa e irritada.
Mas, mergulhei no "Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer" e, de certa forma, consegui sair daquele lugar. Pensava na Sofia, nas palavras da Adriana e me sentia muito distante e estranhamente calma, quase entorpecida mesmo. Quando alguém falava comigo, ficava até difícil de responder. Demorava alguns segundos pra computar a pergunta e formular a resposta.
O Anestesista fez então seu trabalho e tudo correu maravilhosamente bem. Logo deixei de sentir minhas pernas. Me deitei, meus braços foram presos e o Fabricio e a Adriana entraram.
Senti várias vezes uma pressão sobre as minhas costelas e percebi que os médicos faziam força, empurrando a Sofia para baixo, a fim de retirá-la. Comecei a sentir então uma forte dor no meu pescoço. Minha hérnia dando sinal diante daquela posição incômoda. Imediatamente, o Anestesista aplicou um remédio no soro, e a dor passou, me deixando novamente a vontade.
De repente, o sorriso no rosto do Fabricio me disse que ela estava chegando! Todos então gritaram: Nasceu, ela nasceu! E o Fabricio disse: E já fez um xixizão! Ela demorou um pouco a chorar, mas logo ouvi sua voz.
Me trouxeram a bebê e foi neste momento que fiquei particularmente mais emocionada e feliz, que me senti tratada como uma mulher dando à luz e não como a "paciente número tal que está na sala tal".
Meu médico e o Anestesista soltaram minhas mãos, me deram a Sofia e colocaram ela em meu peito, para mamar. Ela ficou ali um tempinho, se habituando ao lado de fora, olhando tudo. A Pediatra de plantão também foi muito bacana pois liberou a Sofia antes dos procedimentos protocolares.
Depois de alguns minutos comigo, ela foi para o colo do pai, conhecer os avós e tios que esperavam ansiosamente. Enquanto isso, recebi muito cafuné da Adri, que ficou me fazendo companhia.
Após mostrá-la a todos, diferentemente da outra vez, o Fabricio pôde retornar ao Centro Obstétrico e lá ficou, com a Sofia no colo, esperando o término da minha cirurgia.
Fui então para a recuperação e rapidamente já fui levada ao quarto. Não sentia dores, não sentia medo. Estava muito calma e feliz. Sei que fui muito amparada em todos os momentos e me senti muito realizada por eu, minha filha e meu marido, termos recebido um tratamento digno por parte dos médicos e da equipe médica do hospital.
Esse parto foi minha redenção. Tudo que havia acontecido antes, se foi. Essa é a lembrança que tenho agora: uma cesárea necessária, após um trabalho de parto natural e o mais importante: humanizada. Como isso é importante...
Leia também: http://gielucca.blogspot.com.br/2012/07/sofia-nasceu-meu-relato-de-parto-antes.html
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4 comentários:
Ai, que lindo!
É muito bom quando as coisas acontecem assim, tranquilamente, e com pessoas queridas ao lado, nos dando força.
Bjos
Lindo!
Emocionante!
Inspirador!!!
Gi, assim, com estes relatos, fica difícil de mandar a vontade de 'encomendar' o segundinho embora!
Bem vinda Florzinha Sofia!!!
Que lindo, querida! É muito bom quando as coisas acontecem naturalmente...
Beijos
Que bom que foi respeitada e que tudo deu certo!
Um lindo relato! =D
Parabéns!
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