Pouquíssimas foram as vezes que tive que passar pela angústia que é ter o filho com febre. Acho que o Lucca teve febre duas ou três vezes e olhe lá, coisa simples.
Porém, nesse final de semana, o priminho Fernandinho teve um febrão, sem motivo sabido. A mamãe dele e a Vó Lurdes quase surtaram pois a febre não baixava. E eles acabaram nem indo ao Batizado do Gui, que foi uma fofura, com uma cerimônia linda e um almoço delicioso (esqueci a máquina, por isso não tenho fotos ainda para postar).
Tem gente que tem pavor de febre e, ao menor sinal dela, já entra com antitérmico. Está certo esse procedimento ou devemos esperar um pouquinho? Achei o artigo abaixo muito legal e, apesar de eu achá-lo um tanto "natural e radical demais", foi escrito por um grande médico, bastante conhecido e respeitado. E, por mais que não concordemos com tudo, devemos ler, entender e filtrar aquilo que podemos aplicar em nossas vidas.
Está com febre? Que bom!
A febre, definida como um aumento da temperatura do corpo acima de 37,2° C (medida auxiliar) é um evento que acompanha boas partes das doenças inflamatórias, especialmente as infecções e, de modo mais frequente, na infância. Nos dois extremos da vida, temos duas tendências opostas: na infância predominam as doenças inflamatórias febris, e, na idade senil as doenças escleróticas.A febre na criança costuma trazer angústia aos pais, que sentem uma necessidade grande de baixá-la imediatamente, temendo possíveis conseqüências maléficas aos seus filhos. Isso está muito mais baseado em desinformação do que propriamente em conhecimento científico.
Quando entendemos a febre de um ponto de vista mais ampliado, nossa visão se modifica e também nossas atitudes diante desse fato. A febre sempre existiu, acompanhando diversas doenças, como mecanismo de defesa do organismo. Com o aumento da temperatura corpórea, nosso sistema imunológico tem a possibilidade de agir mais rápida e eficazmente.A produção e a ativação de diversas substâncias e células de defesa aumentam na febre, o que facilita a resolução da inflamação. Sabe-se, de longa data, que durante a febre o organismo humano consegue produzir mais anticorpos contra vírus e bactérias. O aumento de apenas 1º C na temperatura corpórea consegue diminuir duas vezes a multiplicação viral.
No caso do resfriado, por exemplo, o vírus se reproduz muito bem a 35º C; já a 38º se reproduz pouco, e aos 40º não se reproduz. Portanto, o melhor remédio para o resfriado é a febre! E o pior remédio é o resfriamento – que pode acontecer após o uso de diversos antitérmicos.
Durante nosso desenvolvimento, passamos por crises que precedem períodos de mudanças. Assim é por volta dos 21 anos, quando buscamos nossa verdadeira identidade no mundo, ou dos 28 anos, quando nos questionamos profundamente acerca de nossos reais talentos. Na infância, de 0 a 7 anos de idade, o correspondente a essas “crises biográficas” são as doenças febris. O calor traz a possibilidade daquilo que nos é mais individual, chamado na Medicina Antroposófica de organização do Eu, de intervir na constituição orgânica.
Isso se acentua na febre. O Eu precisa expressar-se por meio do corpo físico, e a febre o ajuda a tornar esse corpo herdado dos pais mais adequado à suas próprias características individuais.Na pessoa febril observamos um rebaixamento de seu nível de consciência. Pensar e atuar fica mais difícil durante a febre (o corpo e a mente pedem repouso). É como se a consciência (Eu) “descesse” da cabeça até os órgãos internos e membros, para “tomar posse” daquilo que foi herdado dos pais. Isso só se consegue por meio do calor corporal. Por isso, se no início da febre as extremidades estiverem frias (principalmente os pés) pode-se fazer compressas mornas nas panturrilhas e nos pés, ajudando o calor a chegar até lá. Desse modo não estaremos impondo obstáculos ao desenvolvimento orgânico, mas sim facilitando-o. Depois da compressa, deve-se colocar meias bem quentinhas e repousar. Responder com febre durante uma doença é sinal de boa vitalidade, de capacidade de reagir frente às ameaças externas. Após cada episódio de febre, o sistema imunológico, expressão de nossa individualidade, torna-se mais preparado para enfrentar as agressões externas, e a criança, como um ser único, ganha uma batalha e conquista seu novo espaço. Trata-se de um amadurecimento orgânico, vital para o amadurecimento anímico que se segue.
QUANDO BAIXAR
O bom senso sempre nos deve guiar. Em algumas situações, é adequado baixar a temperatura com antitérmicos. Mas são situações de exceção:
- quando a febre ultrapassa os 40º C;
- quando a febre ultrapassa os 40º C;
- durante a gravidez (a febre poderia trazer problemas de formação ao feto);
- em pessoas com doenças cardíacas (ao aumentar a freqüência cardíaca, a febre pode sobrecarregar o coração de quem já teve um infarto ou tem angina);
- em doenças crônicas muito debilitantes (p. ex. tuberculose, hipertireoidismo);- em doenças psiquiátricas (em que a febre pode desencadear determinados surtos);
- e em pessoas com epilepsia – quando a febre pode facilitar a ocorrência de novas crises. CONVULSÃO
Existe um “mito” que vale a pena abordar: as convulsões febris.Ao contrário do que se teme, são episódios raros (3% das crianças), não deixam seqüelas e dificilmente se repetem. As convulsões febris só ocorrem na faixa etária entre 3 meses e 6 anos de idade. Por ser um fenômeno isolado, uma convulsão não pode ser definida como epilepsia.
Ela não depende do grau de febre, isto é, não é mais comum ocorrer aos 40º do que aos 38º C. Além de raramente acontecer, a convulsão febril cessa espontaneamente e geralmente não causa nenhum dano à criança. A grande maioria das crianças com história de convulsão febril nunca mais irá apresentar novo episódio durante todo o resto de sua vida. Na próxima infecção, seu organismo terá “aprendido” a superar até uma febre mais alta sem convulsões.
É importante saber que a febre não é uma doença em si, mas uma maneira de se defender, e que o grau de febre (baixa ou alta) não está relacionado à gravidade da doença. O estado geral da pessoa é mais importante. Não se justifica a preocupação excessiva com a febre.
Nosso esforço deve ser o de saber sua causa, e não simplesmente baixá-la, atrapalhando a atuação do sistema imunológico.
O que fazer para ajudar:
-Crianças têm febre mais alta e de instalação mais rápida do que os adultos.
-Durante a febre convém respeitar a falta de apetite da criança, não a forçando a comer. Se houver perda de peso, ela o recuperará rapidamente após a doença terminar.Porém é muito importante que ela beba líquidos (água, chá e sucos), para repor as perdas aumentadas por força da transpiração maior que acompanha a febre.
-Não dê banho frio na criança com febre, tampouco use compressas com álcool. Isso causa perda muito rápida de temperatura. O banho deve ser na temperatura do corpo.
-Brinquedos e atividades que estimulam demasiadamente o pensamento, como vídeo-game, computador, lição de matemática etc., devem ser evitados durante a febre. Há necessidade de repouso físico e mental.
-Consulte o médico para saber a verdadeira causa da febre. Se o tratamento é feito com um homeopata, ele necessitará de informações que individualizem o caso, como por exemplo se o aumento da temperatura foi súbito ou lento, se houve presença e características de sede, suor, sintomas mentais (estado de ânimo, ansiedade, desejo de companhia etc.), dentre outros.
-Após os episódios de febre o calor tem de ser mantido, especialmente nas extremidades (pés), agasalhando-se bem a criança e evitando-se perdas excessivas de calor.
Seguindo esse caminho, o organismo da criança terá aprendido algo durante a doença febril, por esforço próprio. Note a expressão na face de seu filho ou de sua filha após recuperar-se de uma doença febril em que a febre não foi suprimida, e sim auxiliada de modo consciente e natural.A criança está sutilmente diferente: um pouco menos parecida com os pais, um pouco mais “parecida” com ela mesma. Você deu liberdade para ela amadurecer.
Existe um “mito” que vale a pena abordar: as convulsões febris.Ao contrário do que se teme, são episódios raros (3% das crianças), não deixam seqüelas e dificilmente se repetem. As convulsões febris só ocorrem na faixa etária entre 3 meses e 6 anos de idade. Por ser um fenômeno isolado, uma convulsão não pode ser definida como epilepsia.
Ela não depende do grau de febre, isto é, não é mais comum ocorrer aos 40º do que aos 38º C. Além de raramente acontecer, a convulsão febril cessa espontaneamente e geralmente não causa nenhum dano à criança. A grande maioria das crianças com história de convulsão febril nunca mais irá apresentar novo episódio durante todo o resto de sua vida. Na próxima infecção, seu organismo terá “aprendido” a superar até uma febre mais alta sem convulsões.
É importante saber que a febre não é uma doença em si, mas uma maneira de se defender, e que o grau de febre (baixa ou alta) não está relacionado à gravidade da doença. O estado geral da pessoa é mais importante. Não se justifica a preocupação excessiva com a febre.
Nosso esforço deve ser o de saber sua causa, e não simplesmente baixá-la, atrapalhando a atuação do sistema imunológico.
O que fazer para ajudar:
-Crianças têm febre mais alta e de instalação mais rápida do que os adultos.
-Durante a febre convém respeitar a falta de apetite da criança, não a forçando a comer. Se houver perda de peso, ela o recuperará rapidamente após a doença terminar.Porém é muito importante que ela beba líquidos (água, chá e sucos), para repor as perdas aumentadas por força da transpiração maior que acompanha a febre.
-Não dê banho frio na criança com febre, tampouco use compressas com álcool. Isso causa perda muito rápida de temperatura. O banho deve ser na temperatura do corpo.
-Brinquedos e atividades que estimulam demasiadamente o pensamento, como vídeo-game, computador, lição de matemática etc., devem ser evitados durante a febre. Há necessidade de repouso físico e mental.
-Consulte o médico para saber a verdadeira causa da febre. Se o tratamento é feito com um homeopata, ele necessitará de informações que individualizem o caso, como por exemplo se o aumento da temperatura foi súbito ou lento, se houve presença e características de sede, suor, sintomas mentais (estado de ânimo, ansiedade, desejo de companhia etc.), dentre outros.
-Após os episódios de febre o calor tem de ser mantido, especialmente nas extremidades (pés), agasalhando-se bem a criança e evitando-se perdas excessivas de calor.
Seguindo esse caminho, o organismo da criança terá aprendido algo durante a doença febril, por esforço próprio. Note a expressão na face de seu filho ou de sua filha após recuperar-se de uma doença febril em que a febre não foi suprimida, e sim auxiliada de modo consciente e natural.A criança está sutilmente diferente: um pouco menos parecida com os pais, um pouco mais “parecida” com ela mesma. Você deu liberdade para ela amadurecer.
Dr. Nilo Gardin – Médico onco-hematologista, antroposófico e homeopata, membro da Assoc. Bras. Cuidados Paliativos e responsável pelo departamento médico-científico da Weleda do Brasil
4 comentários:
Ola mamã venho agradeçer o apoio dado. Tem um filho lindo. Espero k ele melhore rápido. Bjs
Olá querida mamã, excelente artigo sem dúvida. Quando a febre aparece tendemos a evitar que ela permaneça durante muito tempo mas, no fundo, ela também pode ser uma aliada no combate a algumas infecções.
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana
Oi Gi, tudo bem com você?
Trabalho com redes sociais em uma agência de publicidade e tenho interesse em uma ação no teu blog. Como não achei teu contato por aqui, to te deixando meu e-mail e aguardo um retorno o mais breve que você puder. É ilana.miranda@midiadigital.com.br. Um beijo e até mais. Parabéns pelo blog. É muito bacana ;)
Querida Gi!
Resolvi privatizar o blog...
Pelo menos farei a experiência.
Se desejar nos acompanhar( o que será um prazer)mande um e-maol para danielasimoes@uol.com.br
bj
Dany
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