22 outubro 2007

Pai em 10 atos

Pai não vem com manual, é verdade.

Algumas coisas eles aprendem por instinto, outras pela prática e outras, ainda, pela lembrança dos próprios pais. E mesmo que, às vezes, meio sem jeito, mas com muita vontade de acertar.

Aqui, umas dicas para o papai.

  • 1) O bebê já está em casa, mudando hábitos e, sobretudo, horários. Pelo menos, durante os primeiros meses, será difícil dormir uma noite inteira, sem interrupções. O casal, também, não terá tantos momentos íntimos, como antes, e a vida social deverá se adaptar às necessidades do ilustre recém-chegado.
  • 2) Neném chora. Porque sente calor, frio, cólicas, alguma dorzinha, porque está cansado, mas com dificuldade de dormir, porque suas fraldas estão molhadas, etc. Na maioria dos casos, o papai pode solucionar, sozinho, a situação. Com isso, sua mulher descansa um pouquinho, e você tem a oportunidade de estreitar mais ainda o relacionamento com o filhão.
  • 3) Chacoalhar uma criança no colo, jogá-la para cima, balançá-la, freneticamente, falar e rir alto com ela. Calma, papai! Há momentos em que seu filho precisa de sossego, e essas brincadeiras, além de assustar, acabam por deixá-lo inquieto e irritado. Experimente uma voz mansa e um colinho mais tranqüilo.
  • 4) Vai trocar as fraldas pela primeira vez? Então, mãos à obra! Separe o que for usar: algodão embebido em água morna ou em uma solução anti-séptica própria. Se preferir, os lenços umedecidos são superpráticos. Lembre que a limpeza deve ser feita de frente para trás (da vagina ou do pênis, em direção ao ânus). Não use o mesmo lenço ou algodão duas vezes, e seque bem o bebê, passando, em seguida, um creme hidratante infantil. Atenção: ao colocar a fralda nova, não aperte demais, com medo de que ela vá cair.
  • 5) Ele tem mais de seis meses e continua manhoso? Não se desespere! É difícil mesmo se adaptar ao mundo, às pessoas, tão diferentes entre si, a horários, hábitos. A simples presença do papai, lado a lado, pode ajudar. E muito. Dá segurança, conforto e só aumenta a auto-estima.
  • 6) Pai de mil e uma utilidades: corta as unhas do neném (retas e nunca rentes), enche a banheira e verifica a temperatura da água, passa um óleo próprio para tirar as crostinhas da cabeça, higieniza chupetas e mamadeiras; completa os potes de algodão, cotonetes e gazes... De quebra, leva um copo de água para a mamãe que está amamentando e sente muita sede.
  • 7) Hora de dormir. Pertinho dele, conte histórias ou cante musiquinhas de ninar. O bebê vai lembrar desses momentos pelo resto da vida. Mas, atenção: nada de enredos escabrosos, com bruxas, monstros ou gigantes. Deixe isso para quando a criança for maiorzinha.
  • 8) Ele não parece bem? Está sonolento, choroso e sem apetite? Antes de ligar para o pediatra, observe todos os sintomas. Verifique a temperatura, veja se a respiração e o pulso parecem acelerados, se há manchas ou marcas na pele. Quanto mais detalhes você puder contar, mais facilmente o médico poderá fazer o diagnóstico.
  • 9) Se precisar acordar seu filho, use de toda a delicadeza. Nada de entrar no quarto dele cantando alto ou arrancá-lo do berço, abruptamente. Chame-o pelo nome, bem baixinho, apóie uma das mãos entre a cabeça e a nuca do bebê, e a outra sob o bumbum. Firme? Então, levante-o bem devagar e coloque-o no colo.
  • 10) Na visita mensal ao pediatra, pergunte, pergunte, pergunte, sem receio de parecer desinformado. Mesmo que você seja médico, é normal que tenha muitas dúvidas sobre tudo que envolve a saúde e os cuidados com o neném. Principalmente se este for seu primeiro filho.

Consultoria: Dra. Paula Stockler, pediatra. Mestre em Saúde da Criança pela Fiocruz/RJ

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